Aprenda a identificar os sintomas do Alzheimer no dia-a-dia

A Doença de Alzheimer é degenerativa, progressiva e incurável. Prejudicando a memória, o pensamento e o comportamento. Atualmente é o tipo mais comum de demência, não à toa, se torna cada dia mais conhecida. São aproximadamente 44 milhões de casos ao redor do mundo todo, e a tendência é de um crescimento exponencial com o passar dos anos. Pesquisas estimam que em 10 anos, 75 milhões de pessoas sofram da doença, atingindo 152 milhões até 2050.
A explicação para esse avanço é o aumento da expectativa de vida. Cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos apresenta sintomas e a incidência dobra a cada 5 anos, chegando a 25% aos 85 anos.
Mas, muito se engana quem acredita que a doença atinja apenas as pessoas idosas, embora sejam raros, existem inúmeros casos em pessoas na faixa dos 50 anos, e até mesmo mais novas. Portadores da Síndrome de Down, pessoas com histórico familiar da doença e mulheres, tem uma pré-disposição maior a doença.
Por isso, é importante estar atento aos sintomas apresentados no cotidiano, que podem ser facilmente confundidos com comportamentos comuns ao avanço da idade. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento do paciente e sua qualidade de vida.
Principais Sintomas:

Esquecer uma data comemorativa, o nome de um conhecido, uma palavra no meio da frase… quem nunca passou por uma dessas situações no cotidiano?
Então, se os ‘brancos’ são algo comum, principalmente com o avanço da idade, como saber se devemos nos preocupar? A chave está em observar a frequência, a intensidade e a persistência dos episódios. As perdas de memória do paciente com Alzheimer são progressivas e permanentes. No início da doença, tendem a se relacionar com fatos mais recentes.
Imagine um jantar, onde se vai a um restaurante e encontra por acaso com um amigo. Uma pessoa saudável pode esquecer dias depois de quem encontrou ou até mesmo do que comeu, mas é esperado que ao se esforçar, lembre. Ainda que sem detalhes do evento. A pessoa com Alzheimer sequer vai lembrar do acontecido, mesmo que tente. É como se o fato fosse completamente apagado da memória e não fosse possível recuperar.
Embora a perda de memória seja um dos sintomas mais expressivos, não é o único.
Veja outros sinais que devem ser observados:
- A perda de noção espacial e dificuldade para se localizar é um dos primeiros indícios que podem ser observados, inclusive anteriormente aos episódios de esquecimento.
- Desorientação e inadequação ao tempo, não conseguir identificar data e estação do ano. Além de dificuldade para se vestir de acordo as ocasiões, por exemplo.
- Desaprender tarefas simples que antes tinha habilidade, como usar aparelhos eletrônicos, cozinhar etc.
- Executar várias vezes a mesma tarefa, ou repetir conversas.
- Confundir e trocar o lugar de objetos, usar controle da tv como telefone, guardar coisas em local errado como na geladeira, etc.
- Dificuldade de fala e escrita, associado ao esquecimento de palavras simples.
- Diminuição do apetite, causada pelo mau funcionamento dos sensores do paladar.
- Alterações da personalidade e mudanças bruscas de humor e episódios frequentes de apatia e agressividade, sem motivo aparente.
- Perda de iniciativa e isolamento social.
É comum também que no caso do Alzheimer a percepção dos sintomas seja mais sentida pelos familiares e amigos do que dos pacientes, diferente de outros tipos de problemas de memória e demência. Isso acontece porque, embora o portador perceba que existe algo errado e com mau funcionamento, ele tem dificuldade de identificar o problema pela perda de capacidade cognitiva.
Prevenção

As causas da doença ainda não são claras, mas as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) são as mesmas para se ter uma vida saudável e principalmente para garantir uma velhice sadia:
- Atividades físicas regulares
- Alimentação equilibrada
- Não fumar e não consumir álcool
- Controle da pressão arterial, diabetes e colesterol
Outra indicação para o Alzheimer é exercitar também os neurônios. A inatividade cognitiva aumenta em 19% o risco de apresentar a doença. Para combater, invista em exercícios mentais, jogos de raciocínio, leituras, cursos, etc.
Tratamento

Inúmeros medicamentos para controlar a doença vêm sendo testados, mas ainda estão em fase experimental. Por isso, todas as medidas de combate à doença são buscando efeitos paliativos de diminuir os sintomas.
Veja como mudanças no cotidiano podem ajudar aos pacientes:
- Usar objetos com identificação pessoal com nome, endereço, telefone, etc.
- Deixar lembretes simples pela casa como apagar a luz, desligar a tv, dar descarga, fechar a torneira, etc.
- Organize a casa facilitando orientação e locomoção do paciente. Além de garantir que esteja segura, evitando assim possíveis acidentes.
- Estabelecer e seguir uma rotina ao longo do dia, com horários estabelecidos para as refeições, banho, tomar os remédios, praticar atividades físicas, ter atividades de lazer. A ordem e a regularidade diminuem a confusão causada pelo Alzheimer.
- Simplifique as tomadas de decisão, prefira perguntas que podem ser respondidas apenas com sim ou não. Limitar também as opções de escolha para roupa, alimentação, etc. Isso diminui a agitação e até evita episódios de irritação e frustração causada pelo transtorno mental.
- Garantir e incentivar que o paciente desenvolva todas as tarefas que ainda lhe são possíveis, ainda que simples. Ao deixar de executar uma atividade, a tendência é desestimular cada vez mais a atividade mental, fazendo com que se torne cada vez mais dependente.
- Não dê grandes explicações, fale de maneira clara e concisa. Ao orientar numa tarefa ou atividade, não instrua tudo de uma vez, vá explicando aos poucos. Isso diminui as chances de esquecimento ao longo do processo e facilita o entendimento, reduzindo as chances de fracasso, que causam nervosismo e irritabilidade.
- Evite distrações como conversar de outro assunto enquanto fazem uma tarefa, ver Tv enquanto come, etc. Além de agilizar a tarefa para o cuidador, facilita para o paciente focar em uma coisa de cada vez.
- Seja compreensivo e se adapte aos hábitos da pessoa com Alzheimer. Sempre que for possível, evite discussão e não tente convencer a pessoa de que ela está errada. Por exemplo: se não quiser comer algum alimento, substitua. Se não quiser trocar de roupa, compre outra igual ou semelhante.
- Mantenha o convívio familiar e social, pois o Alzheimer causa quadros de depressão.
- Busque ajuda profissional quando as necessidades já não puderem ser atendidas pela família e amigos. Ou ainda, se a rotina de cuidados com o paciente estiver sobrecarregando os cuidadores, não deixe de pedir ajuda especializada. Em muitos casos, o estresse causado pelo cotidiano acaba gerando problemas para o paciente e familiares e amigos. Manter uma relação leve, amorosa e saudável para todos é essencial para conviver com a doença.
- Aceite a evolução progressiva da doença, pois quando uma memória ou habilidade é perdida, ela não pode ser recuperada.